quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Primeiro Simbora de 2017: Eduardo Kobra

O ano começou com tudo no programa Simbora, na RádioWeb Conectados. A edição de nº 103 contou com a ilustre participação de Eduardo Kobra, muralista conceituado no mundo inteiro.
No bate papo com Alexandre Nunes, Kobra começou falando que começou muito novo, 12 ou 13 anos fazendo pichação. 
"No início meus pais ficaram preocupados, pois eu andava com uma galera barra pesada" afirmou Kobra que ainda disse "as paredes da minha casa foram meu laboratório".

Leia abaixo alguns trechos da entrevista:

O que o levou a pichar, a se arriscar segundo Kobra foi a influência de colegas e o fascínio pela cidade. "Achei com a pichação uma forma de me expressar... vivia na periferia onde não tinha acesso a nada. Era uma forma de ser aceito" disse Kobra. Ele também alertou sobre os riscos: "Você pode ser preso, tomar um tiro, cair dos prédios... É um universo perigoso".

Kobra também explicou aos ouvintes do Simbora as diferenças entre pichação, grafite e muralismo. "A pichação vem da caligrafia, são letras. O grafite são desenhos, gravuras. Os dois não são autorizados, são ilegais. O muralismo são desenhos em muros, autorizados pelas cidades ou proprietários", explicou Kobra.

Perguntado se ele e seu trabalho ainda sofrem preconceito, Kobra respondeu:
"Como eu vou para vários lugares do mundo eu percebo que ainda há preconceito contra arte de rua... aqui no Brasil também tem... mas eu vejo que está barreira está sendo quebrada pela qualidade dos artistas que estão pintando nas ruas. Tem artistas que estão há muito tempo nas ruas, sofreram muita repressão e com a qualidade deles, as cidades estão se abrindo mais".
Pedidos de trabalhos:  O artista contou que tem solicitações dos cinco continentes, e das mais variadas formas possíveis, desde pessoas que pedem para que ele pinte a sala, ou obras importantes como ele exemplificou: " Temos uma solicitação da própria Madonna (cantora norte americana) para pintar na África. Ela está montando uma instituição e quer que a gente pinte a fachada" .

Eduardo Kobra também falou para o Simbora sobre o painel da avenida 23 de maio:
" São Paulo estava no auge da lei Cidade Limpa. Tirar placas, cartazes, propagandas irregulares . O intuito inicial da lei era tirar isso e colocar no local, promover a arte pública, intervenções artísticas. Em algum momento, em 2008 a prefeitura acabou, por engano, apagando esses murais, confundindo com propaganda. Por seis meses eu briguei com a prefeitura e consegui uma autorização temporária para fazer aquele mural. Ninguém bancou nada, a avenida não foi interditada e lá tem uma guia bem estreita... e mesmo assim fiz a obra e no final o resultado foi tão positivo que ela ficou lá por vários anos. Se tornou um marco para cidade de São Paulo, pois foi um presente entregue no aniversário da cidade em 2009. Foi um trabalho de dois meses e que faz parte do meu projeto Muro das Memórias".


A entrevista completa de Eduardo Kobra você acompanha em facebook.com/ProgramaSimbora ou vimeo.com/202046285


O Simbora é um programa de variedades apresentado pelo jornalista Alexandre Nunes todas às quartas-feiras, às 9h veiculado na Rádio web Conectados.



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